Como resistir às tentações?

Estudo-resumo do capítulo 13 da obra “Imitação de Cristo”, de Tomás de Kempis


As tentações vão passar algum dia?

Enquanto vivermos neste mundo, as tentações farão parte da nossa vida. Assim como Jó já dizia: “A vida do homem sobre a terra é um combate” (Jó 7,1). O inimigo não descansa — está sempre à espreita, como alerta São Pedro: “O diabo, vosso adversário, anda em derredor como leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8).

Por isso, a vigilância e a oração não são opcionais: são escudos indispensáveis na caminhada cristã.


Mas a tentação não é sempre um mal?

Mesmo sendo penosas, as tentações nos purificam e nos ensinam. Todos os santos passaram por elas. As tentações revelam a verdade sobre nós e nos preparam para combates maiores. Sem essa “escola”, muitos seriam orgulhosos e frágeis.

As tentações, quando bem enfrentadas, santificam.


E de onde vêm essas tentações?

Nem sempre de fora. A maior parte nasce dentro de nós: da concupiscência, isto é, da inclinação ao pecado herdada do pecado original. É por isso que, mesmo mudando de ambiente, elas nos acompanham.

Não adianta fugir se a raiz ainda está viva. A verdadeira vitória vem quando, com humildade e paciência, buscamos a graça de Deus para transformar o coração. Ou seja, a mudança vem de dentro para fora e não de fora para dentro.


O que fazer quando somos tentados?

Três atitudes são essenciais:

  1. Vigiar desde o início. Toda queda começa com um pensamento leve, que vira imaginação, depois desejo e, por fim, consentimento. Quem resiste logo no início, evita todo o restante.
  2. Buscar ajuda. O orgulho isola. Deus quer que peçamos ajuda — d’Ele e também dos irmãos.
  3. Manter a paciência. Lutar com desespero ou violência só desgasta. A paciência perseverante e humilde vence o que o esforço impulsivo não consegue.

Por que algumas pessoas parecem mais inconstantes?

Porque são espiritualmente instáveis e confiam pouco em Deus. Como um barco sem leme é levado pelas ondas, assim também a alma sem firmeza se torna presa fácil da tentação.

A constância e a confiança em Deus são a base da fortaleza interior. É Ele quem sustenta.


Então a tentação revela quem somos?

Sim. Muitas vezes achamos que somos fortes… até sermos provados. A tentação nos mostra a verdade. Mas isso não é motivo para desespero, e sim para crescer em humildade.


Por que Deus permite isso?

Deus age com sabedoria. Algumas pessoas são muito tentadas no início da conversão; outras no fim da vida; algumas, durante todo o caminho. Tudo é medido com precisão pela Providência.

Deus permite tentações não para nos destruir, mas para nos salvar. Ele mesmo prometeu, pelas palavras de São Paulo:

“Não permitirá que sejamos tentados além do que podemos suportar, mas com a tentação dará também o escape.”
(1Cor 10,13)


E se mesmo assim caímos?

Então é hora de nos fortalecermos, não de desanimar. Deus exalta os humildes. A alma que confia menos em si e mais em Deus é aquela que verdadeiramente amadurece.

A paciência na adversidade é um sinal de grande progresso. Não é difícil parecer virtuoso quando tudo vai bem. Mas é na dor que se mede o verdadeiro amor.


E quanto às quedas pequenas?

Às vezes, vencemos grandes tentações, mas caímos nas pequenas. Isso serve para que não nos gloriemos de nós mesmos. Até os pequenos tropeços têm sua pedagogia espiritual. Servem para lembrar que tudo vem da graça.


Conclusão

A luta contra a tentação é parte do caminho da santidade. Fugir dela não é o caminho: o verdadeiro crescimento está em enfrentá-la com oração, humildade, vigilância e confiança em Deus. Lembremos as palavras de São Pedro:

“Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que Ele vos exalte no tempo oportuno.”
(1Pd 5,6)


Dicas Práticas

  • Faça um exame de consciência diário. Pergunte-se: Onde fui tentado hoje? Como reagi? Resisti desde o início? Depois de um tempo isso irá se tornar um hábito e você começará a ver resultados práticos em sua vida.
  • E não se esqueça da prática da oração diária. Ao nos conectarmos diretamente com o Pai, atravé da oração, este nos faz mais permeáveis à sua vontade e o fardo se torna inevitavelmente mais leve.

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